30 novembro 2016

Atualização de Dezembro 2016 para as Tiragens do Banco Central

5 Centavos 2016: de 71.168.000 para 93.184.000
10 Centavos 2016: de 110.400.000 para 175.296.000
50 Centavos 2016: de 74.816.000 para 106.512.000

12 novembro 2016

Falsificações da Moeda 1 Real 2012 «Entrega da Bandeira Olímpica» para enganar colecionadores

Relatos nos grupos de numismática das redes sociais estão dando por conta do surgimento de sachês de moedas FALSIFICADAS (para enganar colecionadores) da Entrega da Bandeira Olímpica 2012 nos estados de São Paulo (Praça da República) e Rio de Janeiro. Quem viu as falsas, nos relata que as moedas tem boa qualidade, mesmo tamanho e espessura, e mínima diferença de peso, e com a diferença que possuem a data de 2014, e que o falsário possui centenas de peças à venda por valores muito abaixo do praticado no mercado.

Apesar do alto valor de coleção, a moeda da entrega da Bandeira Olímpica continua sendo uma moeda de 1 Real de uso corrente do atual meio circulante nacional. Falsificar ou vender falsas configura crime federal. A alta especulação nos preços aliada a uma ganância desmedida faz com que as pessoas fabriquem falsas e as vendam aos colecionadores.

Não deixem isso passar batido, amigos, é crime federal (Artigo 289 do Código Penal) além de ser uma tremenda sacanagem com os colecionadores. Se souberem quem está fazendo isso, não deixem de denunciar pessoalmente esses vagabundos pra Polícia Federal, cadeia neles! Esse tipo de canalha é como um câncer, tem que ser extirpado da numismática.

Não se trata aqui de criminosos comuns que estão tentando fraudar a fazenda e o erário público. Os que falsificam moeda da Bandeira Olímpica, são comerciantes numismáticos com intuito de enganar os colecionadores. É gente do ramo, que reconhecem falsas à distância, que sabem exatamente o que estão fazendo, e merecem ir pra trás das grades.

Vamos ficar de olho também na moeda do Cinquentenário dos Direitos Humanos, que é outra com alta probabilidade de aparecerem falsificações.


CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940

Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:

Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.



Olhem bem suas moedas. Pesem com balança digital de 2 casas decimais e meçam com paquimetro. Observem os detalhes da gravura e da cunhagem. Veja se a data 2012 confere.

Se desconfiar que é falsa, vá à superintendência da Polícia Federal com a peça e faça a denúncia. Vamos por esses safados na cadeia! Não deixem de denunciar os canalhas na Superintendência da Polícia Federal!

09 novembro 2016

Atualização de Novembro 2016 para as Tiragens do Banco Central

5 Centavos 2016: de 5.376.000 para 71.168.000

10 Centavos 2016: de 30.144.000 para 110.400.000

Apareceu a tiragem de 50 Centavos 2016: 74.816.000

Pelo visto, temos somente moedas comuns e de alta tiragem com data 2016. Seguem as tiragens completas do Plano Real:

tabelarealum



07 novembro 2016

1 Real 1997 «Bromélia»

Aqueles que não conhecem esta peça, antes de mais nada, leia estes três artigos:

Link 1: http://ppbalsemao.blogspot.com.br/2012/03/replica-do-real-1997.html

Link 2: https://colecaosfm.wordpress.com/2015/06/13/a-bromelia-ou-real-balsemao/

Link 3: https://colecaosfm.wordpress.com/2015/06/21/os-reais-da-bromelia/

A peça acima surgiu primeiramente nas mãos de P. P. Balsemão, que, conforme relata em seu blog, foi recebida de troco por um caixa de uma banca do Mercado Público de Porto Alegre e foi comunicada pelo mesmo no XV Congresso de Numismática da Sociedade Numismática Brasileira.

Muita dúvida surgiu no meio numismático, com debates acalorados, já que a peça surgiu exatamente nas mãos de um numismata que é proprietário de uma metalúrgica, e além do mais é um gravador, que confecciona réplicas (devidamente identificadas como tais) de moedas clássicas. Por conta disso, passou a ser chamada por seus detratores, de modo a reduzir a peça a um mero disco metálico sem valor, e atacar a reputação pessoal, de «1 Real Balsemão».

Antes de mais nada, vamos à definição:

ENSAIOS: Testes de desenho, material, cor, tamanho... Quando escolhem qual modelo será definitivo, criam as PROVAS. Isto ocorre na numismática, na notafilia e também na filatelia. Assim sendo, a «Bromélia» seria um ENSAIO, já que não possui o mesmo design da peça de 1 Real que foi posta em circulação.

Os ENSAIOS sequer deveriam vir à luz, devendo ser descaracterizados ou destruídos tão logo os testes internos de produção sejam concluídos, porém é fato na numismática mundial que uma ou outra peça acaba escapando para as mãos dos colecionadores.

Vamos aos dados que possuímos sobre a referida peça:

O numismata Sérgio Mendes escreveu ao Banco Central inquirindo sobre a peça, e recebeu a seguinte resposta deste órgão:

Prezado senhor

Em atenção a sua demanda, registrada sob protocolo e-SIC 99916.000007/2015-61, temos a esclarecer: A Casa da Moeda informou que cunhou peças contendo a imagem de uma bromélia em um dos lados, a título de teste de materiais e processos, para a fabricação da moeda de R$ 1 da Segunda Família de moedas.


Esta resposta do Banco Central é um DOCUMENTO OFICIAL EMITIDO POR ÓRGÃO ESTATAL, e, através do número do Protocolo, pode ser solicitado que seja impressa em papel timbrado, e faz cair por terra qualquer argumento de que a referida peça foi criada pelo sr. Balsemão. Logo, não só não foi negada a existência da peça, como além disso, foi confirmada ter sido cunhada na Casa da Moeda, e até dito para que fins a «Bromélia» foi criada: Teste de materiais e processos para a fabricação da moeda de R$ 1 da Segunda Família. O que faz sentido, já que o Brasil até então não havia feito cunhagem de moedas bimetálicas.

Em segundo lugar, temos no site do Worldwide Bi-Metallic Collectors Club o relato, realizado no longínquo ano de 1999, sobre a existência de uma peça «Brazil 1997 1 Real Test Bi-Metallic».

Além do mais, temos o seguinte relato do numismata  Leandro Tavares em e-mail a Balsemão:

Prezado Sr. Balsemão,

Tenho 38 anos, sou numismata desde os 8 anos e tenho 2 coleções de moedas. Coleciono 1 moeda de cada país/estado/província pós-1900 e moedas de grandes personagens da História. Tenho ainda várias moedas bimetálicas que comecei a colecionar no meio dos anos 90 e das quais não me desfiz completamente, mas também não me interessei em aumentar a coleção.

Na época em que comecei a colecionar as bimetálicas, tornei-me membro do WBCC, o World Bimetallic Coins Collectors Club (http://www.wbcc-online.com/). Em 1999 vi no site deles uma imagem de um desenho em preto e branco com a imagem da moeda que o senhor possui: o 1 real de 1997. Tentei entrar em contato com a CMB e cheguei a escrever para o presidente Fernando Henrique Cardoso e para o presidente da CMB que era o Tarcísio Jorge Caldas Pereira para tentar saber mais informações ou como adquirir esta moeda, mas infelizmente, o descaso com a numismática nacional já era total naquela época e não consegui nem uma coisa nem outra. O interessante é que o Caldas Pereira escreveu que, por se tratar de um teste, não era permitida a venda destas moedas. Ou seja, ele não negou em nenhum momento a existência das mesmas. A imagem que estava no site (acabei de entrar no site do WBCC e não está mais lá) era descrita na legenda como um teste relatado na edição de novembro de 1998 da versão norte-americana do periódico World Coins News. (Acho que é da Editora Krause)

Esta descrição ainda está na internet e pode ser vista neste link, no item 5: http://wbcc-online.com/newsmail/news143.txt (Curiosamente, tem uma nota escrita por mim bem baixo desta informação).

Conversando depois com mais algumas pessoas, me disseram que esta moeda foi cunhada no Canadá para testar as prensas com que seriam produzidas as moedas de 1 real 1998 e que todas deveriam ter sido destruídas, mas que, como sempre, e o senhor tem a prova disso aí na sua coleção, “uma ou outra sempre escapa”... Não vou afirmar com certeza, mas acho que quem me disse isso foi o Sr. Antonio Lima de São Paulo. Na época eu conversava bastante com ele. Cheguei a falar também com o Sr. Francisco Partos, de Porto Alegre, mas não me lembro se foi sobre esta moeda ou aquela dos 10 centavos com o D. Pedro levantando o braço esquerdo. Seja como for, sempre acreditei na existência dessas duas peças e fiquei até emocionado quando recebi neste mês o boletim 76 da AFNB com o seu artigo. Pode ficar tranqüilo, mesmo que nenhuma autoridade confirme, sua peça é 100% legítima.

Caso o senhor queira tentar descobrir mais, pode entrar em contato com quem escreveu esta nota no boletim da WBCC, o Martin Peeters, fundador do site. O e-mail dele é WBCC@hotmail.nl

Se eu puder ajudar de mais alguma maneira, é só entrar em contato. Parabéns pela sua peça.

Cordialmente,

Leandro Tavares

Campinas/SP

AFNB SC-1237

leandro.tavares@uol.com.br

 

Isto nos diz que a peça já havia sido vista em 1999, fazendo cair por terra novamente a tese de que foi criada por Balsemão.

Temos ainda, o sr. Emerson Pippi, membro de destaque da Sociedade Numismática Paranaense, que entrevistou a sra. Glória Dias, funcionária da Casa da Moeda, texto publicado no Boletim da SNP e o qual reproduzimos abaixo:


OS SEGREDOS DA BROMÉLIA

Por Emerson Pippi

Um dos mistérios mais empolgantes e discutidos da numismática brasileira volta à tona com inéditas revelações da artista plástica Gloria Dias, que participou da equipe de design do famoso Real Balsemão. A peça, que intrigou muitos especialistas e colocou em cheque a reputação de um ilustre gravador brasileiro, realmente foi feita na Casa da Moeda do Brasil (CMB) e é um teste de material do que viria a ser uma das moedas da segunda família do Real, lançada em 1998.

Quem afirma é a co-autora dos projetos da nova família do Real, Gloria Dias, atualmente Assessora Técnica do Gabinete da Presidência da Casa da Moeda do Brasil. A designer, medalhista e moedeira é também criadora dos desenhos de recentes moedas comemorativas brasileiras, como as dos 40 e 50 anos do Bacen e a do Centenário de Belo Horizonte.

Nesta entrevista, Glória confirma que é uma peça feita na CMB e dá um sensacional e detalhado relato sobre a moeda.“Não imaginávamos o sucesso que essa peça teste faria, pois era para sido devolvida à CMB para descaracterização. Foi feita para testar ajustes e melhorias para aumento de ductibilidade”, diz.

Entenda a polêmica

Em 2011, o gaúcho Pedro Balsemão anunciou ter encontrado uma raridade até então desconhecida do meio numismático. Uma moeda de 1 real bimetálica datada em 1997, completamente diferente das circulantes. No reverso está a figura de uma bromélia, sobreposta pela inscrição 1 Real. No anverso,conhecida imagem da efígie da república, idêntica à que esteve presente em moedas de Cruzeiro entre 1967 e 1978.

Apresentada em congresso da SNB, a moeda dividiu as opiniões de especialistas. A tese de que realmente era um ensaio desconhecido fabricado pela CMB foi defendida de maneira ferrenha por Balsemão. Por outro lado, uma vertente importante de numismatas via com incredulidade a recente descoberta. Havia até mesmo quem suspeitasseque a moeda foi feita pelo próprio gaúcho, ilustre escultor de cunhos, medalheiro e fabricante de réplicas perfeitas de moedas raras.A Casa da Moeda nunca admitiu oficialmente que aquela peça havia saído das suas fábricas.

“Sofri muito com desconfianças de próprios colegas numismatas. Pessoas tratavam o assunto com ironia e risadinhas disfarçadas”, diz Balsemão.

Também surgiu a vertente de numismatas que acreditavam ser a bromélia uma ficha que seria usada exclusivamente em vending machines, essas máquinas que vendem refrigerantes, doces e até flores. A teoria deles era que, em virtude da futura substituição do padrão das moedas, a CMB criou fichas de fantasia para testes e enviou aos fabricantes das máquinas. Essa afirmação mudava completamente o status do achado de Balsemão. De inédito ensaio de moeda, passava a ser um simples token.

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Confira alguns trechos da entrevista esclarecedora de Gloria Dias, que conta a história da criação do Real Balsemão:

Gloria, como surgiu a ideia dessa moeda da bromélia, hoje conhecida como Real Balsemão?

“Essas peças foram confeccionadas exclusivamente para testes, já com as características de material das moedas que seriam lançadas. Ela foi feita para testar ajustes e melhorias para aumento de ductibilidade. Não usamos as matrizes da moeda de 1 Real que seria válida, exatamente para não corrermos o risco de criarmos uma raridade. Não imaginávamos o sucesso que essa peça teste faria, pois era para ter sido devolvida à CMB para descaracterização.”

Como você ficou sabendo do vazamento?

“Encaminhamos algumas peças para apreciação e testes e o trabalho seguiu adiante. Houve um momento, anos após as remessas, que a moeda teste surgiu em publicações especializadas. Muitos colecionadores, ao mesmo tempo em que queriam saber tudo a seu respeito, fantasiaram histórias sobre a criação dela. Mas a verdade é que foi um teste para otimização do nosso processo fabril.”

E por que foi datada em 1997?

“A concepção artística e técnica de uma nova série de moedas de circulação se dá muito tempo antes de sua emissão e distribuição. São muitos os estudos e testes para garantir a melhor performance nas máquinas de industrialização. É o tipo de produto que precisa responder bem aos quesitos de altíssima e acelerada produção.”

E por que não se usou nesses testes o mesmo desenho das moedas que seriam lançadas?

“Uma moeda é um produto de alta segurança e nem todos os testes ocorrem em ambiente “oficial”. Por isso, a melhor maneira é não contar com a arte válida, mas sim com uma que simule perfeitamente os volumes da gravura original. Esse foi o caso da bromélia. Não podíamos arriscar o vazamento do layout artístico da moeda. E, visto que essas peças teste vazaram misteriosamente, fica implicitamente reforçada essa orientação.”

Essa moeda seria então utilizada para testes de material em geral, não somente para vending machines?

“A peça da bromélia foi criada para amplos testes que serviriam para definições de especificações do produto “moeda de circulação bimetálica, taxa de 1 Real”. Teste em vendingmachines é apenas mais uma entre tantas características para quais a moeda deve estar apta.”

E por que escolheu o desenho da bromélia?

“Ouso de figuras históricas poderia suscitar elucubrações várias sobre tendências políticas, mesmo sendo uma peça teste. Se vazasse, o que acabou acontecendo, poderia haver questionamento do tipo: Porque um homem? Porque um militar? Porque um artista? Um músico de esquerda? Um esportista? Com tanto cientista importante, porque esse?Como era um simples teste, não valeria a pena se preocupar com essas coisas. A bromélia já nasceu politicamente correta. Afinal, quem é contra as bromélias?”

E a efígie da república? Ela já havia sido usada em moedas dos anos 1970. Qual o motivo de usá-la novamente?

“Essa efígie era unanimidade entre todos os artistas da época como a mais bela de todas. A obra é do gravador numismata MestreBenedicto Ribeiro, admirado por toda equipe. O perfil que inspirou ele foi o da jovem e belíssima atriz Tonia Carrero.”

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Em tempos de delação premiada, nós que fomos premiados com os relatos da artista. O depoimento de Gloria, apesar de ser testemunhal e não documental, encerra a maioria das dúvidas que cercavam o Real Balsemão.

A moeda foi feita nas oficinas da CMB e se trata de teste de material, não sendo um ensaio de layout. A moeda é original, mesmo não sendo oficial.

Emerson Pippi - SNP

 

Pois bem! Agora temos um relato de um funcionário da Casa da Moeda do Brasil confirmando que a peça foi de fato cunhada neste órgão estatal, e detalhando seus propósitos de existência. Atenção especial ao trecho: «Essas peças foram confeccionadas exclusivamente para testes, já com as características de material das moedas que seriam lançadas».

Isto por sí só é a própria definição de um ENSAIO NUMISMÁTICO, já que é pra exatamente este fim que os mesmos são criados: Testes! E das mais diferentes naturezas.

A peça consta atualmente – e corretamente, ao meu ver – catalogada no «Livro das Moedas do Brasil», de Irley Neves e Claudio Amato, na seção de Provas e Ensaios, como fazendo parte da coleção numismática brasileira.

No catálogo Bentes, não consta, e o autor justifica a não inclusão desta peça por acreditar que se trata de um mero token ou ficha metálica, ou – palavras do mesmo – fichas de vending machines – máquinas de refrigerante e afins. A sua justificativa e explanações podem ser lidas clicando aqui. (Faça uma pausa na leitura deste artigo, e leia a justificativa dada pela empresa Bentes).

Bentes recentemente publicou nas redes sociais esta justificativa, a qual gerou um frutífero debate com diversos nomes de peso da numismática nacional envolvidos. No entanto, ao somente receber opiniões contrárias às suas, simplesmente apagou toda a postagem, num ato que gerou dúvidas sobre a real capacidade desta empresa em promover o saudável debate e a ciência numismática, e publicou sua única opinião em forma de texto em seu blog (link acima), o qual é fechado para comentários. Isto não é debate numismático, não é ciência, e sim, tentativa (frustrada) de impor uma única opinião.

Para Bentes, o relato dos criadores da «Bromélia» é simplesmente ignorado, sendo levado em consideração em seu lugar, a “perícia” realizada por seus “peritos juramentados”, que não sabemos quem são, e que dizem que a «Bromélia» é uma mera ficha de vending machine, o que foi claramente desmentido pela própria co-autora da peça, sra. Gloria Dias, na entrevista dada ao sr. Emerson Pippi e pelo e-mail enviado pelo sr. Sergio Mendes ao Banco Central.

À empresa Bentes foram feitas algumas perguntas, às quais não obtivemos as respostas, somente a censura de termos nossas perguntas e dúvidas sumariamente apagadas, vindas de alguém extremamente arrogante e que não aceita questionamentos, dúvidas ou opiniões contrárias às suas, mesmo que sejam embasadas com fatos comprobatórios.

Então postamo-las aqui:

1 – Qual a fonte desta afirmação de que a «Bromélia» seria um mero token ou ficha de vending machine? Quem são os “peritos juramentados” que deram tal afirmação, e baseados em quê?

2 – Se são fichas de vending machines, porque a própria criadora das mesmas assim como o Banco Central diz que são peças criadas para testes da Segunda Família do Plano Real (que entraria em circulação no ano seguinte, ou seja, 1998)?

3 – Se são fichas de vending machines, porque possuem o valor facial de 1 Real estampado, ao contrário das milhares de modelos diferentes de fichas disponíveis no mercado?

4 – Se são fichas de vending machines, porque teriam sido feitas com tal design, inclusive utilizando a Efígie da República utilizada em cunhagens de sistemas monetários anteriores, de modo a confundir a população com as moedas da segunda família do Real que viriam a circular no ano seguinte?

5 – As fichas de vending machines que temos em mãos são produzidas por indústrias metalúrgicas particulares, tais como a famosa EBERLE e outras. Pergunta: A Casa da Moeda do Brasil produz fichas de vending machines?

6 – Se são fichas de vending machines, porque existem em diversos tamanhos, já que tais máquinas só aceitam fichas de um mesmo determinado diâmetro e espessura?

7 – Se são fichas de vending machines, porque existem nos mesmos diâmetros e materiais das atuais moedas do Plano Real segunda família, inclusive com peças bimetálicas e eletrorrevestidas de Cobre e Bronze-Alumínio Fosfórico?

8 – Se são fichas de vending machines, porque não está escrito nas peças para que fim se destinam, como em toda ficha (p.ex., “vale 1 coca-cola”, etc)?

 

 

Em todo seu texto, a empresa Bentes ignora o fato de que não existe somente a peça bimetálica da «Bromélia», e sim uma série completa, nos mesmos diâmetros e materiais da segunda família do Plano Real. Isto por si só faz cair por terra a tese absurda de “fichas de máquina de refrigerante”. Ignora também o relato do Banco Central e também dos funcionários co-autores das peças. A única opinião relevante é a sua própria, e a de seus “peritos juramentados” sem nome e sem rosto.

Além do mais, a empresa Bentes exige um “documento comprobatório” em papel timbrado, assinado por alguém em cargo de chefia na CMB, com estampilhas fiscais, que informe sobre estas peças. Compreendemos este cuidado, no entanto, o relato dos próprios criadores das peças são um “documento comprobatório”, assim como o e-mail com número de Protocolo recebido pelo numismata Sérgio Mendes, e ambos documentos possuem validade jurídica, e além do mais, os relatantes e seus criadores e órgãos estatais não arriscariam suas reputações por conta desta simples peça.

Finalmente, deixo aqui a minha opinião pessoal sobre as peças da «Bromélia»: São ENSAIOS para testes das moedas de circulação da segunda família do Plano Real, como dito pelos próprios criadores e pelo órgão estatal, (afirmação esta que não possuo a menor condição de contestar, pois contra fatos não existem argumentos). São peças que deveriam ter sido destruídas após os testes, mas que, de alguma forma, escaparam. Possuem extrema raridade, do mais alto nível, e FAZEM PARTE da coleção numismática brasileira, em sua categoria de Ensaios. Sua catalogação na obra «Livro das Moedas do Brasil», de Irley Neves e Claudio Amato, é e está correta.


Em tempo: Existe no mercado disponíveis para venda exemplares com a inscrição «Copy» ao lado da data 1997. (vide imagem acima). Estas peças são meras réplicas criadas especialmente para o mercado numismático, devem ser tratadas como tais e não possuem valor numismático. Estas sim, são meras “fichas” ou “tokens”.

 

Atualização em 08 Novembro 2016

O sr. Leandro Tavares, no e-mail enviado ao sr. Balsemão, cuja íntegra está acima, menciona o seguinte:

(…) Em 1999 vi no site deles uma imagem de um desenho em preto e branco com a imagem da moeda que o senhor possui: o 1 real de 1997. (…)

Por um lapso meu, esqueci de colocar este IMPORTANTÍSSIMO LINK nesta postagem, que mostra a tal imagem da Bromélia em preto e branco que é mencionada ter sido vista ainda em 1999.

Aqui está o link a que o sr. Tavares se refere: http://www.wbcc-online.com/ctrys-b/braz-camb.html e abaixo, reproduzimos a imagem:

Cabe ressaltar que no mesmo link há ainda imagens de outros ensaios para a moeda de 1 Real, alguns inclusive totalmente desconhecidos e que não possuímos informação alguma.