07 março 2017

Minha opinião sobre a monografia «Carimbo de Escudete»

Vou tentar ser breve:

Possui Preâmbulo e Introdução muito bons, que, apesar de não ser exatamente referente ao tema da obra (Carimbo de Escudete), é necessária pra se entender o contexto de seu surgimento. Há uma explicação muito bem redigida e de fácil entendimento sobre o que vem a ser o tal «Carimbo de Escudete», pra quê finalidade serviu sua aplicação, e suas variantes conhecidas e com descrições bastante detalhadas. Há ainda reproduções de opiniões de diversos numismatas de vulto da numismática brasileira,  corrige alguns erros cometidos por estes mesmos numismatas, e há uma pequena lição de Heráldica que, penso eu, é FUNDAMENTAL no estudo da numismática (pois ao sabermos suas representações, nós passamos a enxergar as moedas “com outros olhos”, com suas representações à cores e passamos a observar com mais atenção seus pequenos detalhes).  Por fim, ilustrações de diversas moedas com carimbo de escudete com textos explicativos.

Lendo toda a obra, percebe-se que o autor possui grande clareza de pensamentos e forte instrução à respeito do tema abordado, além de estar acompanhado de um estudo preliminar, como podemos observar na Bibliografia.

Na página 60, o autor diz textualmente: «(…) Não carimbavam as MOEDAS de acordo com seu valor facial. Carimbavam os DISCOS de acordo com o seu peso (…)» e este – ao nosso ver – acertado pensamento é de importância fundamental para se compreender o porquê da aplicação desta contramarca nas moedas coloniais brasileiras de cobre e de prata, e este detalhe era o que faltava para um bom e real entendimento nos textos publicados anteriormente por outros autores, e que acabavam por gerar uma pequena confusão.

Outro ponto que penso ser acertado, é quando se menciona uma moeda qualquer que pertence ao conjunto numismático do monarca “X”, e que, ao ser contramarcada com o Carimbo de Escudete pelo monarca “Y”, a peça passa a fazer parte da coleção numismática deste monarca que mandou aplicar a contramarca. Parece óbvio, já que com o Escudete, o valor facial da moeda foi alterado, e é como se uma nova moeda tivesse sido cunhada. No entanto, outros autores não haviam deixado isto às claras.

Por fim: Obra enriquecedora (no sentido cultural) que não pode faltar na biblioteca do numismata sério, principalmente pra aqueles que desejam buscar mais além do que o mero comércio de peças numismáticas, e que tem o intuito de estudar a fundo sobre o assunto para entender não apenas o porquê da existência dessa contramarca, mas também na busca da compreensão da realidade da própria história do Brasil durante o período colonial.

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