16 março 2017

Um País de Tolos

Assistam a este pequeno vídeo:


Há dois pontos que quero comentar.

Primeiro: O acumular de riquezas é algo próprio do capitalismo. Em países sérios, não são impostas dificuldades de nenhuma espécie, e o próprio Estado as produz para serem adquiridas pela população. Por isto, é muito fácil e barato comprar bullions em ouro ou prata, seja pra coleção, seja pra investimento, ou qualquer outro uso, em países do assim chamado “Primeiro Mundo”.

Quando será que alguém aqui no Brasil conseguiria comprar 480 onças (quase 14 kilos!) de prata, de uma só vez? E ainda por cima, ter a mercadoria corretamente entregue, como se estivesse comprando um objeto banal qualquer? Mesmo tendo o dinheiro, mesmo pagando impostos absurdos, acima dos 100% do valor do produto, provavelmente a mercadoria não chegaria ao destinatário.

No Brasil, um dos países com o subsolo mais rico em minerais do mundo, o máximo produzido pelo Estado, em Prata e Ouro, são moedas de coleção. Para as Pratas, são peças que não tem o padrão numismático internacional (Onça, ou seja 31,1 gramas), possuem 28 gramas (e este é o maior tamanho/peso), e custam 4x mais caro que o valor do metal a peso. As peças em Ouro então, são apenas 4,4 gramas de ouro .900 e igualmente custando mais de 4x seu valor a peso. Em países sérios, o ágio do governo é de cerca de 10% do valor a peso.

Pior: O Brasil é praticamente o único produtor mundial de Nióbio. Sabe quantas moedas de coleção temos cunhadas neste metal? ZERO. A Áustria, que não possui Nióbio em seu subsolo, tem muitas, e todas elas de Nióbio Brasileiro, proveniente da mina de Araxá-MG.

Mais: Recentemente, li o relato incrivelmente absurdo de um amigo que importou cápsulas (acrílicas, para moedas) e está tendo sua encomenda retida pela Receita Federal para averiguação da Agência Nacional de... Vigilância Sanitária (ANVISA)! Como se fossem cápsulas de remédios. E claro, a encomenda não será entregue. Terá sorte se for devolvida ao remetente. O valor gasto no frete internacional foi perdido, o comprador já passou raiva e se assim continuar, a empresa do exterior não venderá mais para compradores cujo destino é o Brasil, como JÁ OCORRE em vários locais.

Existe uma grande diferença na mentalidade das pessoas dos países do “Primeiro Mundo” e os do “Terceiro Mundo”, e uma delas é que, no Primeiro Mundo, as pessoas trabalham para gerar, produzir riqueza para sua nação e, claro, para si próprios. Todos tem de prosperar, assim todos ganham. Além do mais, não aceitam que modifiquem este estado das coisas. No Terceiro Mundo, trabalham apenas para se ter o suficiente para sobreviver (comer e pagar as contas), e ainda existe uma legião de estúpidos, seguidores de ideologias imbecilizantes, que pensam que acumular capital e riqueza é um crime hediondo, que se deve “socializar” o pouco de bens que alguém consegue ter trabalhando, com aqueles que não trabalham. E aí vemos “pérolas” do tipo “Esse cara sozinho adquirindo 13 kilos de prata pra guardar, enquanto milhões de pessoas passam fome na África…”. Oras, a pessoa trabalhou, prosperou, e ela faz do seu dinheiro o que quiser. É assim que funciona em países sérios e livres. Não gostou? Comece então ajudando aos famintos e necessitados, doando O SEU computador, carro e IPhone.

 

Segundo: Observem que os bullions de coleção estão em estojos acondicionados em saquinhos plásticos grossos, do tipo «ziploc». Motivo: Óbvio, otimizar a conservação da embalagem, que é de papel. Moedas que estão fora de suas embalagens originais tem seu valor reduzido em relação aos catálogos, isso funciona em todo o mundo numismático, MAS… nem tanto no Brasil.  

Quando residi nos Estados Unidos, ainda não era numismata, mas era filatelista e tinha contato com alguns numismatas por lá. Sempre vi as embalagens de "moedas de coleção" (são essas que vem “de fábrica” em estojos, cartelas, blisters, folders, etc e são cunhadas especialmente para serem colecionadas...) armazenadas nas lojas e também nas coleções dos numismatas, sempre embaladas previamente com esse «ziploc». Embalagens com mínimos defeitos, já sofriam alguma desvalorização no preço.

Já aqui no Brasil é um desastre. Há uma cultura da porcaria, do malfeito, da sujeira, arraigada no seio da sociedade, e não há o mínimo senso de conservação das coisas. Moedas de coleção lançadas há pouco tempo estão quase sempre com a embalagem de papel amassada, arranhada, suja, amarelada, encardida, rasgada, mofada e as vezes até mesmo ausente, porque os próprios numismatas não as acondicionam corretamente. Como é difícil por aqui comprar esse tipo de peça com sua embalagem original intacta! Que tal começarmos a pensar nisso, e cada um fazer a sua parte?

E ah: Pra aqueles que pensam “Poxa, você não pode falar mal do Brasil, cara…”. Ou então “Brasil Ame-o ou Deixe-o”. Uma banana daquele tamanho pra você, ok? Eu falo e penso como eu quiser. Se você está satisfeito com a situação atual deste país, se sua mentalidade é a de um silvícola conformado com as coisas, eu não estou e não possuo tal mentalidade. Quero o bem feito aqui, quero o Primeiro Mundo aqui, quero ter o DIREITO INALIENÁVEL de poder comprar 480 onças de Prata sem ter que passar a raiva da Casa Numismática me enviar as peças em embalagens estragadas, sem o Papai-Estado para cobrar 100% de imposto, sem a Receita Federal e os Correios roubarem a minha mercadoria.

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