27 janeiro 2017

Correos de Venezuela «Revolucionando el Correo»

Por volta de 2013, dois amigos numismatas combinaram uma troca de cédulas pelos correios.

O remetente, oriundo da Venezuela. O destinatário, da Costa Rica.

O envelope demorou ONZE MESES pra chegar ao destino. E quando chegou, foi entregue embalado dentro de um saco plástico, e acompanhado do seguinte ofício dos Correios da Costa Rica:

 

A galera não perdoou, e fez a seguinte montagem:

 

É o comunismo chavista sucateando os Correios da Venezuela.

Atualização de Janeiro 2017 para as Tiragens de Moedas do Banco Central

 

5 CENTAVOS 2016: de 93.184.000 para 220.160.000
10 CENTAVOS 2016: de 175.296.000 para 200.064.000
25 CENTAVOS 2016: de zero para 23.040.000
50 CENTAVOS 2016: de 106.512.000 para 180.096.000

 

16 janeiro 2017

Minha opinião sobre o Catálogo Carmelino 2017


A obra apresenta as moedas Brasileiras do período da República (1889-2016), e cotações somente para moedas no Estado de Conservação MBC, ou seja, circuladas. De forma estranha, apresenta cotações para moedas comuns ainda em circulação da segunda família do real. Cotação para moedas que se pode pegar facilmente no troco, ao meu ver, é surreal. Não faz o menor sentido. Deveria haver somente para aquelas valorizadas, como FAO, DH, Bandeira. Pior ainda, com valores estratosféricos. - A não ser que o autor compre tais moedas, pelos valores indicados em seu catálogo. Neste caso, estarei levando um carrinho de mão cheio para venda. Neste ponto, o Catálogo Bentes acerta ao cotar somente as moedas Flor de Cunho do período atual.

O texto aparentemente não sofreu uma revisão final, mesmo sendo produzido com a colaboração de DEZESSEIS pessoas, mencionadas nominalmente na página 5. Há inúmeros erros de ortografia e erros crassos nos dados sobre as moedas. P.ex., as moedas de 10 e 25 centavos de Real segunda família e de 1 Real são mencionadas como sendo de Aço Revestido de Cobre, quando o correto é Aço Revestido de Bronze. Nem mesmo um leigo confundiria cobre com bronze. Pra alguém que coleciona/comercializa moedas, é praticamente imperdoável. É o mesmo que confundir Ouro com Latão.

O autor continua perdido ao não saber distinguir a diferença entre uma anomalia e uma variante, mesmo havendo informações abundantes sobre o tema nas Sociedades Numismáticas em Boletins, em livros e até na própria internet. Já demos a descrição de ambas aqui no blog. Em resumo: ANOMALIAS são defeitos de fabricação e VARIANTES são alterações intencionais/propositais no cunho.

Pra citar alguns exemplos do serviço de desinformação que esta obra produz, a moeda 10 Centavos 1947 é catalogada como “Variante Data Dupla”. O correto é “Anomalia Batida Dupla” pois trata-se de defeito de fabricação, e não alteração intencional no cunho, e além do mais a data não é o único elemento do design que está duplo.

25 Centavos de Real 1ª Família com reverso de 50 Centavos, assim como 50 centavos 2012, sem o zero, também uma anomalia, chamada “Mula”, e não uma variante.

5 Centavos 2005 “duas palavras Brasil” (na verdade, uma Batida Dupla, muito deslocada), também é outra anomalia, e não variante. Essa peça, em especial, somente temos conhecimento de UM exemplar, vendido recentemente a um amigo de Curitiba-PR, mesma cidade do autor e de seus colaboradores (será por isso que apareceu no catálogo?).

10 Centavos de Real, segunda família, agora tem três “variantes” (na verdade, três anomalias): A já conhecida “Traço sob o Dez”, (que era chamada pelo esdrúxulo nome “Globo Triplo”), “Rastro na Estrela”, e “Brasil Duplo”. São respectivamente, anomalias (e não variantes) de cunho marcado, cunho marcado novamente e batida dupla. Infelizmente aparecem cotações somente para certas datas específicas, no entanto tenho imagens e tenho peças em meu gabinete numismático de diversas outras datas e denominações com as MESMAS anomalias, nas MESMAS posições e em diferentes. O mesmo ocorre com a 25 Centavos 2004 “Rastro na Estrela”.

Mais uma anomalia de Batida Dupla aparece catalogada na moeda 1 Real Entrega da Bandeira Olímpica, com o nome de “real duplo”, e na moeda do Basquete Olímpico como sendo “mão dupla”.

Enfim, pra finalizar: O Catálogo todo é muito fraco. Nota zero. É incompleto. É inútil, perda de tempo e dinheiro, e gera mais perguntas e questionamentos do que respostas. Confunde o colecionador, ao invés de esclarecer. Alguém que tenha iniciado na numismática no ano passado conseguiria fazer melhor. O autor dedica-se a catalogar poucas ANOMALIAS em datas específicas, quando as mesmas existem em diversas datas e valores, as denomina erroneamente de “variantes”, e ainda insere cotações surreais sem base na realidade, contribuindo assim para a especulação.

Poderia ser muito mais útil catalogando somente as moedas-tipo, fazendo um texto introdutório sobre as anomalias e explicando quais são e como são produzidas, ou, quem sabe, caso haja escopo intelectual para tanto, fazendo um estudo aprofundado sobre as VARIANTES de cunhos nas moedas do Plano Real. Por exemplo, a moeda 5 Centavos 2007 possui duas variantes: Com 13 e com 12 traços atrás do Tiradentes, no reverso, e isto inclusive foi descoberto e publicado pela Sociedade Numismática Paranaense, da qual o autor faz parte, mas que ignora por completo.

Em suma, é um catálogo feito por amadores, para colecionadores mais do que iniciantes (aqueles que começaram na numismática há 1 semana e não conhecem sequer os designs das moedas anteriores ao Plano Real). Pra quem tem mais de 1 mês de vida na numismática, recomendo outros catálogos.